Fundação : 12 de dezembro de 1897
Gentílico : belo-horizontino
Padroeiro(a) : Nossa Senhora da Boa Viagem
Unidade federativa : Minas Gerais
Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte
Microrregião Belo Horizonte
Região metropolitana Belo Horizonte
Municípios limítrofes : Vespasiano, Ribeirão das Neves, Contagem, Ibirité (O), Brumadinho (S), Nova Lima (SE), Sabará (L) e Santa Luzia (NE).
Distância até a capital : 716 km
Características geográficas
Área 330,95 km²
Altitude 852[6] m
Clima Tropical com estação seca
Página oficial
Prefeitura portalpbh.pbh.gov.br
Câmara www.cmbh.mg.gov.br/
Faça uma viagem virtual e conheça a historia e veja fotos da cidade de Belo Horizonte
Na imensa faixa de terras ao largo do Rio das Velhas assenhoradas pelo bandeirante Paulista Bartolomeu Bueno da Silva (mais tarde Anhanguera II), veio seu primo e futuro genro, João Leite da Silva Ortiz, à procura de ouro. Ele ocupou, em 1701, a Serra dos Congonhas (mais tarde Serra do Curral) e suas encostas, onde estabeleceu a Fazenda do Cercado, base do núcleo do Curral del Rei. No local, desenvolveu uma pequena plantação e criou gado, com numerosa escravatura. O povoamento aos poucos foi se firmando, de forma tal que, em 1707, já aparecia citada em documentos oficiais. Em 1711, a carta de sesmaria foi obtida por Ortiz, com a concessão da área que "começava do pé da Serra do Curral, até a Lagoinha, estrada que vai para os currais da Bahia, que será uma légua, e da dita estrada correndo para o rio das Velhas três léguas por encheio". Conforme trecho da carta de sesmaria, à ortografia da época, concedida por Antônio Albuquerque Coelho de Carvalho:
“ Faço saber aos q'. esta minha Carta de Sesmaria virem q', havendo respto. ao q'. por sua petição me enviou a dizer João Leyte da Silva, q'. ele suppte., em o ano passado de 1701 fabricou fazenda em as minas no distrito do Rio das Velhas em a paragem aonde chamão o Sercado, e na dita fazda. teve plantas e criações, de que sempre pagou dízimos e situou gado vacum, tudo em utelidade da fazenda real e conveniência dos minros. (…) ”
Ortiz dedicou-se especialmente ao plantio de roças, criação e negociação de gado, trabalhos de engenho e, provavelmente, a mineração de ouro nos córregos. O progresso da fazenda atraiu outros moradores, e um arraial começou a se formar, tornando-se um dos pontos de concentração dos rebanhos transitados pelo registro das Abóboras, vindos do sertão da Bahia e do São Francisco para o abastecimento das zonas auríferas.
Apoiado na pequena lavoura, na criação e comercialização de gado e na fabricação de farinha, o arraial progrediu. A topografia da região favoreceu o estabelecimento de uma povoação dada à agricultura e à vida pastoril. Os habitantes deram o nome de Curral del Rei, por causa do cercado ou curral ali existente, em que se reunia o gado que havia pago as taxas do rei, segundo a tradição corrente. O arraial contava com umas 30 ou 40 cafuas cobertas de sapé e pindoba, entre as quais foi erguida uma capelinha situada à margem do córrego Acaba-Mundo (onde hoje se encontra a catedral), tendo à frente um cruzeiro e ao lado um rancho de tropas. Algumas poucas fábricas, ainda primitivas, instalaram-se na região, onde se produzia algodão e se fundia ferro e bronze. Das pedreiras, extraía-se granito e calcário, e frutas e madeiras eram comercializadas para outros locais. Das trinta ou quarenta famílias inicialmente existentes, a população saltou para a marca de 18 mil habitantes.
Em 1750, por ordem da Coroa, foi criado o distrito de Nossa Senhora da Boa Viagem do Curral, então sede da freguesia do mesmo nome instituída de fato em 1718 em torno de capela ali construída pelo Padre Francisco Homem, filho de Miguel Garcia Velho. Elevado à condição de freguesia em 1780, mas ainda subordinado a Sabará, o Curral del Rei englobava as regiões (ou curatos) de Sete Lagoas, Contagem, Santa Quitéria (Esmeraldas), Buritis, Capela Nova do Betim, Piedade do Paraopeba, Brumado, Itatiaiuçu, Morro de Mateus Leme, Neves, Aranha e Rio Manso. No centro do arraial, os devotos ergueram a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem. Com a extinção dos curatos, a jurisdição do Curral del Rei viu-se novamente reduzida ao primeiro arraial, com sua população de 2.500 habitantes, que chegou a 4 000 moradores já ao fim do século XIX.
O seguinte trecho do relatório enviado à Cúria de Mariana pelo vigário Pe. Francisco de Paula Arantes, conservada a ortografia, relata a paisagem característica da região à época:
“ A Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem de Curral del Rei está situada em campos amenos na extensa planície de sua serra donde manão imensas fontes de cristalinas e saborosas águas; o clima da região he temperado; a atmosphera he salutifera; está circulada de pedras e mais materiais onde se podem fazer soberbos edifícios; a natureza criou este logar para sua formosa e linda cidade, si algum dia for auxiliada esta lembrança. ”
Porém, enquanto Vila Rica, Sabará, Serro Frio e outros núcleos mineradores se constituíam em centros populosos e ricos, Curral del Rei e sua vocação para o comércio do gado sertanejo estacionou em seu desenvolvimento, não oferecendo lucro que fixasse ao solo uma população como a de outros lugares. O apogeu de Ouro Preto perdurou até o fim do século XVIII, quando as jazidas esgotaram-se e o ciclo do ouro deu lugar à pecuária e à agricultura, criando novos núcleos regionais e inaugurando uma nova identidade estadual.
Comissão Construtora no campo de obras.
Inauguração de Belo Horizonte, em 12 de dezembro de 1897.
A então capital de Minas Gerais, a cidade de Ouro Preto, não apresentava alternativas viáveis ao desenvolvimento físico urbano, o que gerou a necessidade da transferência da capital para outra localidade.[29] Com a República e a descentralização federal, as capitais tiveram maior relevo: ganhava vigor a ideia de mudança da sede do governo mineiro, pois a antiga Ouro Preto era travada pela topografia. O governador Augusto de Lima encaminhou a questão ao Congresso Mineiro, que, reunido em Barbacena, em sessão de 17 de dezembro de 1893, indicou pela lei n. 3, adicional à Constituição Estadual, a disposição de que a mudança da capital ocorresse para local que reunisse as condições ideais. Cinco localidades foram sugeridas: Juiz de Fora, Barbacena, Paraúna, Várzea do Marçal e Belo Horizonte. A comissão técnica, chefiada pelo engenheiro Aarão Reis, julgou em igualdade de condições Belo Horizonte e Várzea do Marçal, decidindo-se ao final pela última localidade. Voltou o Congresso a se pronunciar, e depois de novos e extensivos debates, instituiu-se que a capital fosse construída nas terras do arraial de Belo Horizonte.
O local escolhido oferecia condições ideais: estava no centro da unidade federativa, a 100 km de Ouro Preto, o que muito facilitava a mudança; acessível por todos os lados embora circundado de montanhas; rico em cursos d'água; possuidor de um clima ameno, numa altitude de 800 metros. A área destinada à nova capital parecia um grande anfiteatro entre as Serras do Curral e de Contagem, contando com excelentes condições climatológicas, protegida dos ventos frios e úmidos do sul e dos ventos quentes do norte, e arejada pelas correntes amenas do oriente que vinham da serra da Piedade ou das brisas férteis do oeste que vinham do vale do Rio Paraopeba. Era um grande vale cercado por rochas variadas e dobradas, com longa e perturbada história geológica, solos rasos, pouco desenvolvidos, de várias cores, às vezes arenosos e argilosos, com idade aproximada de 1 bilhão e 650 milhões de anos.
Em 1893, o arraial foi elevado à categoria de município e capital de Minas Gerais, sob a denominação de Cidade de Minas. Em 1894, foi desmembrado do município de Sabará. No mesmo ano, os trabalhos de construção foram iniciados pela Comissão Construtora da Nova Capital, chefiada por Aarão Reis, com o prazo de 5 anos para o término dos trabalhos. Em maio de 1895, Aarão Reis foi substituído pelo engenheiro Francisco de Paula Bicalho. Ao 12 de dezembro de 1897, em ato público solene, o então presidente de Minas, Crispim Jacques Bias Fortes, inaugurou a nova capital. A cidade, que já contava com 10 mil habitantes em sua inauguração, custou aos cofres estaduais a importância de 36 mil contos de réis. Em 1901, a Cidade de Minas teve seu nome modificado para o atual, em virtude da dualidade de nomes, já que o distrito e a comarca se chamavam Belo Horizonte.
O projeto de Aarão Reis
Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades brasileiras planejadas (algumas fontes a citam como primeira; outras como terceira, após Teresina e Aracaju. Elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, a Avenida do Contorno.
Trecho do relatório escrito por Aarão Reis, engenheiro-chefe da Comissão Construtora da Nova Capital, sobre a planta definitiva de Belo Horizonte, aprovada pelo Decreto nº 817 de 15 de abril de 1895:
Foi organizada, a planta geral da futura cidade dispondo-se na parte central, no local do atual arraial, a área urbana, de 8.815.382 m², dividida em quarteirões de 120 m x 120 m pelas ruas, largas e bem orientadas, que se cruzam em ângulos retos, e por algumas avenidas que as cortam em ângulos de 45º.
Às ruas fiz dar a largura de 20 metros, necessária para a conveniente arborização, a livre circulação dos veículos, o trafego dos carros e trabalhos da colocação e reparações das canalizações subterrâneas. Às avenidas fixei a largura de 35 metros, suficiente para dar-lhes a beleza e o conforto que deverão, de futuro, proporcionar à população (…)
Planta geral da cidade de Belo Horizonte (1895).
Praça Sete e Avenida Afonso Pena.
Entretanto, Aarão Reis não queria a cidade como um sistema que se expandiria indefinidamente. Entre a paisagem urbana e a natural foi prevista uma zona suburbana de transição, mais solta, que articulava os dois setores através de um bulevar circundante, a Avenida do Contorno, bastante flexível e que se integrava perfeitamente na composição essencial. A concepção do plano fundia as tradições urbanísticas americanas e europeias do século XIX. O tabuleiro de xadrez da primeira era corrigido por meio das amplas artérias oblíquas, e espaços vazios, uma preocupação constante com as perspectivas monumentais que provinha do Velho Mundo, com marcadas influências de Haussmann. Belo Horizonte surgia como uma tentativa de síntese urbana no final do século XIX. O objetivo de se criar uma das maiores cidades brasileiras do século XX era atingido. Porém, o plano de Belo Horizonte pertencia a sua época, seu conceito estava embasado em fundamentos do século anterior. O projeto da cidade foi inspirado no modelo das mais modernas cidades do mundo, como Paris e Washington. Os planos revelavam algumas preocupações básicas, como as condições de higiene e circulação humana. A cidade foi dividida em três principais zonas: a área central urbana, a área suburbana e a área rural.
A área central urbana receberia toda a estrutura urbana de transportes, educação, saneamento e assistência médica, e abrigaria os edifícios públicos dos funcionários estaduais. Ali também deveriam se instalar os estabelecimentos comerciais. Seu limite era a Avenida do Contorno, que à época se chamava 17 de Dezembro. A região suburbana, formada por ruas irregulares, deveria ser ocupada mais tarde e não recebeu de imediato a infraestrutura urbana. A área rural seria composta por cinco colônias agrícolas com inúmeras chácaras e funcionaria como um cinturão verde, abastecendo a cidade com produtos hortigranjeiros.
Para a concretização do projeto, o arraial de Curral del Rei foi completamente destruído, com a transferência de seus habitantes para outro local. Sem condições de adquirir os terrenos valorizados da área central, os antigos moradores foram empurrados para fora da cidade, principalmente para Venda Nova. Acreditava-se que os problemas sociais seriam evitados com a retirada dos operários após a conclusão das obras, o que na prática não ocorreu. A cidade foi inaugurada às pressas, ainda inacabada. Os operários, em meio às obras, não foram retirados e, sem lugar para ficar, formaram favelas na periferia da cidade, juntamente com os antigos moradores do Curral del Rei.
Às ruas fiz dar a largura de 20 metros, necessária para a conveniente arborização, a livre circulação dos veículos, o trafego dos carros e trabalhos da colocação e reparações das canalizações subterrâneas. Às avenidas fixei a largura de 35 metros, suficiente para dar-lhes a beleza e o conforto que deverão, de futuro, proporcionar à população (…)
Planta geral da cidade de Belo Horizonte (1895).
Praça Sete e Avenida Afonso Pena.
Entretanto, Aarão Reis não queria a cidade como um sistema que se expandiria indefinidamente. Entre a paisagem urbana e a natural foi prevista uma zona suburbana de transição, mais solta, que articulava os dois setores através de um bulevar circundante, a Avenida do Contorno, bastante flexível e que se integrava perfeitamente na composição essencial. A concepção do plano fundia as tradições urbanísticas americanas e europeias do século XIX. O tabuleiro de xadrez da primeira era corrigido por meio das amplas artérias oblíquas, e espaços vazios, uma preocupação constante com as perspectivas monumentais que provinha do Velho Mundo, com marcadas influências de Haussmann. Belo Horizonte surgia como uma tentativa de síntese urbana no final do século XIX. O objetivo de se criar uma das maiores cidades brasileiras do século XX era atingido. Porém, o plano de Belo Horizonte pertencia a sua época, seu conceito estava embasado em fundamentos do século anterior. O projeto da cidade foi inspirado no modelo das mais modernas cidades do mundo, como Paris e Washington. Os planos revelavam algumas preocupações básicas, como as condições de higiene e circulação humana. A cidade foi dividida em três principais zonas: a área central urbana, a área suburbana e a área rural.
A área central urbana receberia toda a estrutura urbana de transportes, educação, saneamento e assistência médica, e abrigaria os edifícios públicos dos funcionários estaduais. Ali também deveriam se instalar os estabelecimentos comerciais. Seu limite era a Avenida do Contorno, que à época se chamava 17 de Dezembro. A região suburbana, formada por ruas irregulares, deveria ser ocupada mais tarde e não recebeu de imediato a infraestrutura urbana. A área rural seria composta por cinco colônias agrícolas com inúmeras chácaras e funcionaria como um cinturão verde, abastecendo a cidade com produtos hortigranjeiros.
Para a concretização do projeto, o arraial de Curral del Rei foi completamente destruído, com a transferência de seus habitantes para outro local. Sem condições de adquirir os terrenos valorizados da área central, os antigos moradores foram empurrados para fora da cidade, principalmente para Venda Nova. Acreditava-se que os problemas sociais seriam evitados com a retirada dos operários após a conclusão das obras, o que na prática não ocorreu. A cidade foi inaugurada às pressas, ainda inacabada. Os operários, em meio às obras, não foram retirados e, sem lugar para ficar, formaram favelas na periferia da cidade, juntamente com os antigos moradores do Curral del Rei.
A expansão
Vista parcial do centro de Belo Horizonte no início da década de 1930. Em primeiro plano, a avenida Afonso Pena.
Praça Raul Soares em meados da década de 1930.
A expansão urbana extrapolou em muito o plano original. Quando foi iniciada sua construção, os idealizadores do projeto previram que a cidade alcançaria a marca de 100 mil habitantes apenas quando completasse 100 anos. Essa falta de visão se repetiu em toda a história da cidade, que jamais teve um planejamento consistente que previsse os desafios da grande metrópole que se tornaria. A nova capital foi o maior problema do governo do Estado no início do regime: construída após vencer muitos obstáculos, ela permaneceu em relativa estagnação devido à crise financeira. Ligações ferroviárias com o sertão e o Rio de Janeiro puseram a cidade em comunicação com o interior e a capital do país. O desenvolvimento foi mínimo até 1922.
Pelas proclamadas virtudes de seu clima, a cidade tornou-se atrativa, especialmente para o tratamento da tuberculose: multiplicaram-se os hospitais, pensões e hotéis, mas até 1930 exerceu função quase estritamente administrativa. Foi também na década de 1920 que surgiu em Belo Horizonte a geração de escritores de raro brilho que iria se destacar no cenário nacional. Carlos Drummond de Andrade, Ciro dos Anjos, Pedro Nava, Alberto Campos, Emílio Moura, João Alphonsus, Milton Campos, Belmiro Braga e Abgar Renault se encontravam no Bar do Ponto, na Confeitaria Estrela ou no Trianon para produzir os textos que revolucionaram a literatura brasileira. Nos anos 1930, Belo Horizonte se consolidava como capital, não isenta de críticas e de louvores. Deixava de ser uma teoria urbanística para ser uma conquista humana, algo para ser não somente visto, mas para ser vivido também. Nesta época o município já contava com 120.000 habitantes e passava por problemas de ocupação, gerando uma crise de carência de serviços públicos. Necessitava de um novo planejamento para que se recuperasse a cidade moderna.
Entre as décadas de 1930 e 1940 houve o avanço da industrialização, além da criação do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, inaugurado em 1943 por encomenda do então prefeito Juscelino Kubitschek. O conjunto da Pampulha reuniu os maiores nomes do modernismo brasileiro, com projetos de Oscar Niemeyer, pinturas de Portinari, esculturas de Alfredo Ceschiatti e jardins de Roberto Burle Marx. Ao mesmo tempo, o arquiteto Sílvio de Vasconcelos também criou muitas construções de inspiração modernista, notadamente as casas do bairro Cidade Jardim, que ajudaram a definir a fisionomia da cidade.
Na década de 1950, a população da cidade dobrou novamente, passando de 350 mil para 700 mil habitantes. Como resposta ao crescimento desordenado, o prefeito Américo René Gianetti deu início à elaboração de um Plano Diretor para Belo Horizonte. Na década de 1960, muitas demolições foram feitas, transformando o perfil da cidade, que passou, então, a ter arranha-céus e asfalto no lugar de árvores. Belo Horizonte ganhou ares de metrópole. A conurbação da cidade com municípios vizinhos se ampliou. Ainda neste período, a cidade atingiu mais de 1 milhão de habitantes. Nessa época, os espaços vazios do município praticamente se esgotaram, e o crescimento populacional passou a se concentrar nos municípios conurbados a Belo Horizonte, como Sabará, Ibirité, Contagem, Betim, Ribeirão das Neves e Santa Luzia. Na tentativa de resolver os problemas causados pelo crescimento desordenado, foi instituída a Região Metropolitana de Belo Horizonte e foi criado o Plambel, que desencadeou diversas ações visando a conter o caos metropolitano.
Geografia
Imagem da Região Metropolitana de Belo Horizonte à noite a partir da Estação Espacial Internacional.
Belo Horizonte é a capital do segundo estado mais populoso do Brasil, Minas Gerais, situando-se próximo ao paralelo 19º49'01'' sul e do meridiano 43º57'21'' oeste. A área real do município é controversa, e varia conforme a fonte de dados. A própria Prefeitura informa 331 km² e o Itamaraty indica 335 km². Já o IBGE refere uma área de 330,95 km². Suas cidades limítrofes são Nova Lima e Brumadinho a sul; Sabará e Santa Luzia a leste; Santa Luzia e Vespasiano a norte; e Ribeirão das Neves, Contagem e Ibirité a oeste.
Região metropolitana
O intenso processo de conurbação atualmente em curso na chamada Grande BH vem criando uma metrópole cujo centro está em Belo Horizonte e atinge os municípios de Contagem, Betim, Nova Lima, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Ibirité, Vespasiano e Sabará. A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi criada no ano de 1973 e atualmente é constituída por 34 municípios, sendo atualmente a terceira maior aglomeração urbana do Brasil, atrás apenas das de São Paulo e Rio de Janeiro; o 62º maior aglomerado urbano do mundo e o sétimo da América Latina (atrás da Cidade do México, São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Bogotá e Lima). Seu Produto Interno Bruto (PIB) somava em 2005 cerca de 62,3 bilhões de reais, dos quais aproximadamente 45% pertenciam ao município de Belo Horizonte.
Geologia e hidrografia
Serra do Curral vista de dentro do Parque das Mangabeiras.
Vista noturna de Belo Horizonte, do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça.
Belo Horizonte está em uma região de contato entre séries geológicas diferentes do proterozoico, compostas de rochas cristalinas, o que dá ao território paisagens diferenciadas. Insere-se na grande unidade geológica conhecida como cráton do São Francisco, referente ao extenso núcleo crustal do centro-leste do Brasil, estável tectonicamente no final do paleoproterozoico e margeando áreas que sofreram regeneração no neoproterozoico. Predominam as rochas arqueanas integrantes do Complexo Belo Horizonte e sequências supracrustais do período paleoproterozoico. O domínio do Complexo Belo Horizonte integra a unidade geomorfológica denominada Depressão de Belo Horizonte, que representa cerca de 70% do território da capital mineira e tem sua área de maior expressão ao norte da calha do Ribeirão Arrudas. O domínio das sequências metassedimentares tem sua área de ocorrência a sul da calha do Ribeirão Arrudas, constituindo cerca de 30% do território de Belo Horizonte. As características deste domínio são as diversidades litológicas e o relevo acidentado que encontra expressão máxima na Serra do Curral, limite sul do município. Engloba uma sucessão de camadas de rochas de composição variada, representada por itabiritos, dolomitos, quartzitos, filitos e xistos diversos, de direção geral nordeste-sudeste e mergulho para o sudeste. As serras de Belo Horizonte são ramificações da Cordilheira do Espinhaço e pertencem ao grupo da Serra do Itacolomi. Contornando o município estão as Serras de Jatobá, José Vieira, Mutuca, Taquaril e Curral. O ponto culminante do município encontra-se na Serra do Curral, atingindo 1 538 metros. A sede da capital mineira encontra-se a 852,19 metros de altitude. A maior área está entre 751 e 1 000 metros, de norte para sudoeste. As menores altitudes ocorrem a nordeste, entre 650 e 750 metros; as maiores, nos limites a sul e sudeste, entre 1 001 e 1 150 metros nas encostas, podendo atingir 1 500 metros, no topo da Serra do Curral.
Localizada na Bacia do São Francisco, Belo Horizonte não é banhada por nenhum grande rio, mas por seu solo passam ribeirões e vários córregos, em sua maioria canalizados. A capital é atendida por duas sub-bacias, do Ribeirão Arrudas e do Ribeirão da Onça, afluentes do Rio das Velhas. O Ribeirão Arrudas atravessa a cidade de oeste para leste. Mais ao norte, integrando a bacia do Onça, corre o Ribeirão Pampulha, represado para formar o reservatório de igual nome, um dos recantos de turismo e lazer da cidade. O Ribeirão Arrudas deságua no município de Sabará e o Ribeirão da Onça no município de Santa Luzia, ambos no Rio das Velhas. Os trajetos dos córregos e ribeirões não foram utilizados como referências naturais na composição do traçado da área urbana planejada inicialmente, embora estivessem à vista em vários trechos da cidade em seus primeiros anos. Todos eles seriam progressivamente canalizados em seus percursos dentro do perímetro da Avenida do Contorno.
Vamos passear pela cidade de Belo Horizonte
Um dia em Belo Horizonte
A gastronomia não fica de fora. Tem pra todos os gostos: dos restaurantes italianos e franceses com pratos refinados até os botecos que servem boas cachaças acompanhadas de petiscos bem mineirinhos. Essa culinária boêmia deu origem ao concurso Comida di Buteco, que começou em “Beagá” e se espalhou para outras quinze cidades do Brasil.
Preparamos um roteiro de 48 Horas em Belo Horizonte para você descobrir as maravilhas da capital de Minas Gerais
Nossa jornada tem início na Savassi, um dos bairros mais vibrantes de Belo Horizonte. Comece o dia com uma caminhada na Praça da Liberdade. Seus jardins, inspirados no francês Palácio de Versalhes, são um convite aos passeios matinais. Ao seu redor estão construções do século 19, como o Palácio da Liberdade, um dos cartões postais da cidade (aberto aos domingos das 9h às 12h30 para visitantes), dividem a cena com o design moderno do Edifício Niemeyer.
Aproveitando que está aqui, percorra os principais museus do Circuito Cultural da Praça da Liberdade. O projeto do governo do estado prevê doze atrações, oito já estão em funcionamento. Inicie o passeio pelo Memorial Minas Gerais – Vale, que conta a história da terra do ouro utilizando instalações interativas. Seis ícones da história mineira foram homenageados: Lygia Clark, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Sebastião Salgado, Humberto Mauro e Milton Nascimento, todos com espaços dedicados às suas obras.
Atravesse a rua para conhecer o planetário do Espaço TIM UFMG do Conhecimento. O ideal é chegar 30 minutos antes da sessão porque só há 65 lugares. Após aprender sobre as estrelas e constelações, visite o Museu das Minas e do Metal – EBX, no mesmo quarteirão. O casarão, que já abrigou a Secretaria da Educação, possui um acervo interativo e um elevador que simula uma descida a uma mina. Como essas duas atrações abrem tarde, talvez valha a pena ter que optar por uma delas e fazer um passeio mais calmo, sem correrias.
É hora de rumar para o centro e matar a fome em um dos botecos do Mercado Central. No segundo andar fica o badalado Casa Cheia. Não deixe de provar as almôndegas exóticas, com carne de sol, recheadas com queijo e acompanhadas de creme de abóbora com manjericão.
Após forrar o estômago faça valer o passeio: ande pelas 450 barracas e vivencie as cores, os aromas e os sabores do mercadão. Procure por delícias típicas mineiras como o queijo minas, o doce de leite ou até por uma cachacinha. A Banca do Ronaldo (lojas 34 e 141) conta com 450 rótulos para você presentear o amigo que gosta de uma branquinha para abrir o apetite.
Mais de 2 mil peças dos séculos 18 ao 20, vídeos e jogos interativos explicam o surgimento de diversas profissões no Museu de Artes e Ofícios – Foto: Divulgação
Siga para o Museu de Artes e Ofícios na Praça Rui Barbosa. Com mais de duas mil peças dos séculos 18 ao 20 você irá viajar pela história de diferentes profissões em um verdadeiro tributo aos trabalhadores brasileiros.
No fim da tarde vá ao Parque Municipal na Avenida Afonso Pena. Passeie pelos jardins, caminhe em volta do lago e visite o orquidário. Ao lado fica o Palácio das Artes, que recebe shows e teatros.
Passe na esquina da Av. Getúlio Vargas com a rua Santa Rita Durão onde fica a Sorveteria São Domingos, uma das mais tradicionais de Belo Horizonte. Os sorvetes de fabricação própria são apreciados desde a década de 30. Cupuaçu, jabuticaba e tamarindo estão entre os sabores mais exóticos. Opções como chocolate, coco, amarula e pistache têm bastante saída.
Se preferir volte ao hotel para se refrescar antes do jantar. Vá ao italiano Vecchio Sogno (duas estrelas no GUIA QUATRO RODAS) provar as massas e pães artesanais do chef Ivo Faria. Para um ambiente mais descontraído botecos como Café Palhares e Chef Túlio estão sempre agitados à noite.
Se ainda tiver pique, a Obra Bar Dançante, na Savassi, tem shows às quartas e quintas e Dj’s às sextas e sábados.
Após um dia explorando a área central de Belo Horizonte, é hora de conhecer o Complexo Arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer, a pedido do então prefeito Juscelino Kubitscheck, para ser o mais belo bairro do Brasil. As construções, que contornam a lagoa e viraram símbolo da cidade, dividem o espaço com jardins de Burle Marx. Vá de carro para ver todas, pois são 18 quilômetros a serem percorridos.
Comece pela Igreja de São Francisco de Assis, um dos ícones da capital mineira, que une as linhas arrojadas da arquitetura de Niemeyer com a sensibilidade da pintura de Cândido Portinari. O painel de azulejos do pintor adorna a construção do arquiteto. Visite depois a Casa do Baile. Com suas formas sinuosas, a construção parece uma continuidade da lagoa. Se tiver tempo sobrando, vá ao Museu de Arte da Pampulha. O prédio, que funcionou como cassino, já é uma obra de arte. Trabalhos de Portinari, Di Cavalcanti, Guignard, entre outros grandes artistas, estão no acervo do museu.
Pertinho do Complexo da Pampulha está o Zoológico, que acaba de ganhar um aquário com 1 200 peixes (50 espécies diferentes) do Rio São Francisco. Pelas ruas do parque você irá achar mais de 200 espécies de animais e um borboletário com mais de 1 000 insetos.
Aproveite que está na região para almoçar em um dos restaurantes mais famosos da capital, o estrelado Xapuri. O restaurante comandado pela chef Nelsa Trombino serve pratos típicos da culinária mineira.
Para o final de tarde veja o pôr do sol na Praça do Papa, uma das vistas mais belas da cidade. Aproveite para passar na folclórica “Rua do Amendoim”. Qualquer belo-horizontino irá dizer que é só desligar o carro e tirar o pé do breque para o veículo começar a subir a ladeira.
Vista da praça do Papa, em Belo Horizonte, Minas Gerais – Foto: Bruno do Val Benes
Está com fome? Escolha entre um dos restaurantes estrelados da cidade, como Gomide, Hermengarda, Taste-Vin ou rume para a Rua Barreiro de Baixo e conheça o Bar do Zezé, tricampeão do concurso Comida di Buteco de Belo Horizonte. O último prato premiado foi o músculo cozido com feijão andu, calabresa, bacon e mandioca amarela na manteiga de garrafa, campeão de 2011.
Para fechar a noite no estilo sertanejo vá ao Alambique, na Avenida Raja Gabaglia, e aproveite para experimentar a Cachaça Germana, de fabricação própria. Se preferir shows de rock faça a balada no Jack Rock Bar, na Avenida do Contorno.
Importante: não comece, nem termine, suas 48 Horas em Belo Horizonte numa segunda-feira. Nestes dias boa parte dos museus, e até alguns espaços públicos, estão fechadas para o público.
Se você tem mais dias em Belo?
Não deixe de visitar o Instituto Inhotim, em Brumadinho, a 63 quilômetros da capital. Possui centenas de obras de arte contemporânea expostas entre palmeiras, eucaliptos e lagos. Também é possível fazer um bate e volta à histórica cidade de Ouro Preto.
Fonte : Wikipédia - Viagem e turismo - Revista Abril
Fotos e Imagens : Credito abaixo das fotos e imagens